O título é uma crítica à
modernidade, esta fantástica modernidade que acaba com as fronteiras
geográficas e ideológicas, que incrivelmente une a espécie humana, mas que é a
mesma que paradoxalmente nos desune, num turbilhão de desintegração, de
contradições, de ambiguidades e angústias.
O Homem é um bicho
estranho mesmo, posso crer que tudo tenha começado quando o Homem, egocêntrico
por um profundo defeito de fabricação, que antes plantava e colhia apenas para
sua subsistência, resolveu produzir um excedente. A intenção de obter-se lucro
acabou produzindo a dissociação do Homem x Natureza, pensamento inexistente no
homem selvagem. Essa separação foi necessária, afinal, para explorar a natureza
ele precisaria torná-la algo alheio a ele, como sendo algo que não é
constituído da mesma matéria. Utiliza-se deste mesmo princípio a exploração dos
escravos, do propósito que estes eram diferentes, “não tinham alma”, por serem
diferentes poderiam ser explorados, e pasmem, é utilizado até hoje com a
exploração animal, “mas animal é diferente, nasceram para nos servir”.
O conceito que temos hoje
de natureza foi algo inventado, natureza na verdade é algo que faz parte da
mesma trama social e espacial que a nossa, nós somos a natureza, nós somos
constituídos da mesma matéria. Somos todos energia, somos práná (energia
biológica) que provém das estrelas, principalmente do Sol. Ao respirarmos, ao
banharmo-nos nele nós absorvemos a sua matéria, cada átomo do nosso corpo, tudo
o que nos cerca é Sol solidificado. A terra é um fragmento de estrela
resfriado, nós somos o Sol condensado, ele é a nossa vida. Para pensar
degradamos energia solar, ao nos alimentarmos ingerimos vegetais que são nada
mais do que Sol em conserva, até o combustível que utilizamos é energia
fossilizada, portanto, não se iluda, você também é poeira cósmica! Nós somos
partículas infinitesimais desse imenso absoluto, tome consciência da sua
pequenez. Feito isso, supere logo e vamos adiante.
A filosofia teórica mais antiga, o Sámkhya,
naturalista, surgida na Índia proto-histórica, nos fornece uma visão para a
compreensão do nosso ciclo existencial, para a resolução do drama cósmico,
temos que nos desprender do campo ilusório onde atuam os opostos bem e mal,
certo e errado, alegria e tristeza, prazer e dor. As dualidades apesar de reais,
aparecem como distantes, mas na verdade são pontos de um mesmo extremo. Para
enfrentarmos o ciclo existencial temos que tomar consciência das leis e
mecanismos que regem a Natureza, dessa forma teremos um maior acesso à
libertação. Somos filhos da Natureza, somos alimentados por ela, tudo que está
nela faz parte de nós mesmos, enxergando isso saberemos que não há diferenças
entre uma árvore, uma pedra, um grilo, um rato, uma estrela e nós mesmos.
A modernidade é cheia de
contradições, mas o problema não é a modernidade, nem o mundo, é a cegueira
humana, as pessoas não conseguem olhar ao redor, não conseguem enxergar o outro
e nem si mesmo, muito menos conseguem enxergar o outro que existe em si mesmo.
Neste mundo moderno as pessoas
cultivam milhares de amigos virtuais e sentem cada vez mais o peso da solidão. Não
conseguem tempo para curtir a família, pois dedicam suas vidas a um trabalho
que não as realizam, gastam sua saúde despendendo a sua vida em algo em que não
acreditam, gastam milhões com terapias, minam sua felicidade com relações
medíocres, têm reações neuróticas de ciúmes e não cansam de intoxicar seu corpo
com emoções densas.
Vamos fazer um exercício
agora: Pare um instante; Respire, reflita, mude.
Com certeza você pode
fazer melhor do que tem feito até agora. Já sabe que você é o condutor da sua
vida, portanto, aproveite as oportunidades que a vida lhe oferece, entenda o
poder das suas escolhas, administre melhor seus conflitos, melhore o seu
relacionamento consigo e com os outros, sutilize as suas emoções e os seus
pensamentos, aprenda a extrair prazer das coisas mais simples, respire mais e
melhor, sinta a brisa do ar te tocar, sinta o Sol transmitindo a você mais
energia, delicie-se com o sorriso espontâneo de uma criança, com o olhar meigo
do seu cãozinho, aprenda com os mais velhos, ame, compartilhe, descubra o
sentido da sua vida. Seja você a poeirinha cósmica a fazer diferença!
Júlia Fadel
Instrutora do Método
DeRose
Qualidade de vida e
alta performance
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